3 meses de Vovozinha

Quando 2022 começou minha ideia era diminuir pelo menos um carro, voltamos bem ao normal nossas vidas de trabalho, dessa forma, além das velharias, nós ainda temos dois carros de dia a dia pra cuidar e gastar. Um deles é o Foquito, um Fox Trend 2011. Vermelho. Primeiro carro vermelho aqui de casa, chegou em fevereiro.

Foquito, metemos a mão nele também, já fizemos algumas manutenções. No youtube tem os vídeos.

Voltamos a ter sete carros. Mesmo fazendo a manutenção dos antigos, mesmo que tenha pouco pra fazer ainda é muito, mas muito tempo gasto e parece que nunca termina, e nunca terminará, sendo um ou dez. Veio a Brigitte e se foram a Blue e Jô. Agora são seis, no entanto apenas quatro antigos. Mas como tem sido esses três meses com ela?

Minha garagem, minhas regras

Desde que aceitei a ideia de ter uma Kombi mais antiga na garagem coloquei na minha mente que teria que ser da forma que eu gostaria que fosse. No final os carros que estão aqui, além dela, estão como eu, mal ou bem via que deveriam ser. Exemplo: Eva com bagageiro, placa solar, cozinha, Kombi Home/Camper van e rebaixada. É igual a se preocupar com a aerodinâmica de um tanque de guerra, não faz sentido. E são eles que me deram mais prazer em guiar.

Espero que ela entenda, é pro bem dela, mas várias mudanças seriam/serão feitas. Não vejo o que o Toni fez como errado, feio. Não vou desabonar nada, apenas não é o que eu imaginava. Eu olhava pra Brigitte sempre como a Kombi dele. Até eventualmente posso dar pitaco no projeto alheio, mas ela sempre foi a Kombi dele.

Agora, minha garagem, meus projetos, minhas regras, comecei a olhar as Vovozinhas com outros olhos. E rapidamente encontrei um norte pra ela. Espero sinceramente que ela goste. Tem carros que lutam contra manutenções, atualizações e afins. Ela tem sido, às vezes, boazinha.

A atenção é só dela

Já sabia disso, onde você chega com uma Kombi pré 75, chama atenção. Primeira vez que saímos pra dar uma volta, eu e a Vívian paramos no posto pra tomar um café e eu gosto de ficar de olho no carro. Não importa qual seja ele. Pode ser até um carro alugado. Eu gosto de ficar olhando. Coisas minhas.

Muita gente para, olha, analisa, dá a volta. Cola a cara no vidro pra ver dentro, olha novamente. Muitos criticam, eu sei. Não é a toa. Essa Kombi é um ícone. Em todos os lugares que você vai, a imagem que você tem é a dela. Na loja de quadros, na camisa, moletom nas loja de roupas, na caneca, nas miniaturas nas lojas de brinquedos e poraí vamos. Ela está presente no imaginário popular.

E aqui em casa não é diferente. Temos camisas, canecas, roupa de cama, quadros, tudo com a cara dela. Depois eu vi que era mais uma questão de oportunidade mesmo.

No encontro de antigos do Paulinho Locutor aqui em Gravataí, ela tava meio escondida no meio do mato. Depois que liberou a saída coloquei mais pra frente e fiquei olhando as pessoas passando, tirando fotos, criticando.

E como é ter uma Kombi Vovozinha, afinal?

Eu gosto de ficar olhando as pessoas olhando pra ela. Não tenho orgulho, ainda. Não fui eu que projetei, fabriquei, montei ou personalizei. Até agora só desmontei pra falar a verdade. Também não sou o cara que gosta de ficar falando dos meus carros: “ah eu fiz isso, fiz aquilo, essa é a única versão que tem na região sudeste de Gravataí, é rara aqui no bairro”. Não sou esse. Eu sou de ficar na minha. Isso até vai um pouco contra esse site, ou o canal no Youtube, porque deveria ser exatamente o contrário. Todavia minha timidez ainda reside nesse ponto e se eu acreditasse na humildade diria que nessa área “sou humilde”.

Eva mais atrás e Brigitte, no encontro do Paulinho Locutor.

No dia a dia andei muito pouco nesses três meses. Foquei em algumas coisas que gostaria de fazer. Fiz algumas e outras eu não tive tempo, ou dinheiro ainda não esteve disponível. São vários fatores. A maior atualização fiz nesse último mês. Foram as rodas e o início da reforma do bagageiro, incompleta ainda.

O projeto dela vai ser mais urbano mesmo. Nada de viagem ou acampamento. O bagageiro por exemplo com caixa d’água, deck e toldo vai ser mais simples. Só a armação e vamos colocar umas madeiras que ainda vou pensar como serão.

Dirigir ainda não é natural. Quando entro na Eva, ela é a minha Kombi. Sei onde fica cada botão, a posição dos pedais, das marchas, qual será a resposta se virar a direção assim ou assado. Na Brigitte nada ainda é assim. Toda vez que entro passo um pouco de trabalho. Tem vezes que é o freio, outras o volante, o acelerador que piso errado, alavanca das marchas. Os limites dela são diferentes.

Tenho certeza que com o tempo a gente se acerta, porém de forma geral tem sido muito bom ter ela com a gente e os desafios estão aí para que possamos ultrapassa-los.

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